Equidade no esporte

Praticar esporte faz bem para tudo e para todos - tanto que é diretriz da Organização Mundial da Saúde não só para prevenir doenças, mas para garantir uma sociedade saudável de forma integral – física, mental, emocional e social.  Porém, ainda há uma enorme diferença entre os sexos masculino e feminino no esporte e uma necessidade urgente de políticas públicas inclusivas e programas específicos para garantir igualdade de condições e de oportunidades. Diversas pesquisas feitas mundo afora revelam o que os mais atentos já perceberam: meninos e homens praticam muito mais do que meninas e mulheres.  Um relatório divulgado pela Unesco pouco antes da Olimpíada de Paris mostrou que 49% das meninas abandonam o esporte durante a adolescência, seja por falta de referências esportivas femininas, preocupações com segurança, início da puberdade, falta de confiança e imagem corporal negativa; número seis vezes maior do que a evasão de meninos adolescentes. Um outro estudo global realizado por uma marca esportiva mostrou a diferença da prática regular de atividades físicas entre elas e eles na fase adulta. A pesquisa ‘Move Her Mind’, feita com quase 25 mil pessoas (incluindo brasileiros), constatou que mais da metade das mulheres espalhadas pelo planeta está desistindo ou já desistiu de se exercitar. E não é porque elas não gostam ou não querem... 74% disseram não ter tempo (infinitas jornadas), 61% abandonaram a partir da maternidade, 44% acham os ambientes hostis e intimidadores para mulheres, 42% não se sentem suficientemente atletas e 35% revelaram baixa autoconfiança.  Essa disparidade toda interfere, compromete e adoece as saúdes física, mental, emocional, profissional e financeira das mulheres – e, como consequência, adoece toda a sociedade.  Renata Veneri (@rveneri) - jornalista, apresentadora, CEO de Corpo Cabeça Coração, autora de “Atividade Física no Cotidiano”Faça a sua matrícula e treine o que quiser, quando quiser e quantas vezes quiser!